País completa 70 anos de independência, mas ainda é marcado por conflitos e problemas fronteiriços
A Declaração é uma carta, escrita pelo então secretário britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, em 1917, sobre a intenção do governo britânico em facilitar o estabelecimento do Lar Nacional Judaico na Palestina.
Em junho de 1922, a Liga das Nações aprovou o Mandato Britânico da Palestina. O documento estabelecia a responsabilidade britânica sobre o território da então Palestina otomana e comandava o estabelecimento de um lar nacional para o povo judeu.
Em agosto de 1922, o governo britânico apresentou um memorando unilateral indicando que a Transjordânia, a atual Jordânia, estava excluída de sua colonização judaica. A partir de então, o Reino Unido passou a administrar a parte a oeste do rio Jordão como Palestina e a parte a leste do rio como Transjordânia.
O Plano de Partilha da Palestina foi aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 1947 para o território que restara da primeira divisão do Mandato Britânico. Na sessão presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, 33 dos 56 países membros presentes votaram a favor do plano, 13 votaram contra e 10 se abstiveram.
No dia 14 de maio de 1948, algumas horas antes do término do mandato britânico sobre a Palestina, o Parlamento provisório assinou a declaração de independência do Estado de Israel.
Conhecida pelos israelenses como Guerra da Independência e pelos palestinos como Naqba (Tragédia), começou em 15 de maio de 1948. Os exércitos do Egito, Síria, Iraque, Jordânia, Líbano e Arábia Saudita atacaram Israel por três frentes diferentes por rejeitarem o Plano de Partilha da ONU.
Contra todas as probabilidades, as forças judaicas conseguiram repelir os exércitos árabes e ainda ganhar territórios. O armistício firmado em 1949 entre Israel e os países árabes envolvidos na guerra suspendeu o conflito e estabeleceu linhas provisórias de separação entre as partes. A guerra cria um grande contingente de palestinos árabes refugiados. Há também um grande número de judeus expulsos de países árabes.
O Egito nacionaliza o Canal de Suez, importante rota de comércio entre o Mediterrâneo e o Oriente. Israel, com apoio francês e inglês, declara guerra aos egípcios, que saem derrotados. As Nações Unidas exigem, entretanto, que os israelenses se retirem dos territórios ocupados durante o conflito.
Com uma mobilização crescente de forças árabes perto das fronteiras, Israel alega sentir-se ameaçado. Sua força aérea lança uma grande ofensiva contra bases egípcias no Sinai. Israel também investe contra a Faixa de Gaza (território egípcio) e envia tropas à Jordânia e à Síria. No terceiro dia de luta, todo o Sinai já está sob domínio israelense. Nas 72 horas seguintes, Israel ocupa a Cisjordânia (controlada até então pela Jordânia) e as Colinas de Golã (território sírio). A guerra infla ainda mais a população de refugiados palestinos.
Durante a Guerra dos Seis Dias, Israel toma Jerusalém Oriental dos jordanianos, reunificando a cidade pela primeira vez desde 1948. A cidade velha de Jerusalém está localizada aí. O evento tem importância singular para israelenses e judeus, pois marca o reestabelecimento do acesso a lugares sagrados do judaísmo, interditados por quase 20 anos pela Jordânia.
O episódio começa com um ataque árabe inesperado, no dia do feriado judaico de Yom Kippur (Dia do Perdão), quando forças sírias e egípcias cruzam as linhas de cessar-fogo no Sinai e nas Colinas do Golã. As forças israelenses, inicialmente em desvantagem, terminam vencendo o conflito e repelindo os ataques.
Assinado nos Estados Unidos, estabelece o mútuo reconhecimento entre Israel e Egito, a cessação do estado de guerra entre ambos e a retirada das forças israelenses da Península do Sinai. Também garante a livre passagem israelense pelo Canal de Suez.
Ocupadas desde a Guerra dos Seis Dias, as Colinas do Golã são declaradas parte do território israelense 14 anos depois, em 1981. A ONU não reconhece a anexação.
Começa quando as forças de Israel invadem o sul do Líbano em reposta aos ataques da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), baseada no país. Após dois meses de intensos bombardeios israelenses, é negociada a retirada da OLP da capital libanesa.
A manifestação espontânea da população palestina contra a ocupação israelense começa no campo de refugiados de Jabaliyah, no extremo norte da Faixa de Gaza, com civis palestinos atirando paus e pedras contra militares de Israel. Violentos combates, atentados e repressão truculenta de protestos deixam um saldo de centenas de mortos.
A série de acordos entre o governo de Israel e o presidente da OLP, Yasser Arafat, prevê o término dos conflitos, a retirada de Israel do sul do Líbano e uma resolução quanto ao status de Jerusalém. Também determina maior autonomia nas zonas governadas pela Autoridade Palestina, com a divisão da Cisjordânia (e de Gaza) em três tipos de território: a Área A, de controle palestino, a Área B, de controle civil palestino e militar israelense, e a Área C, de controle israelense.
O tratado de paz entre Israel e a Jordânia é assinado em 1994. Compreende a demarcação da fronteira entre as duas nações, acordos referentes aos recursos hídricos, à segurança, à liberdade de movimentos, aos lugares com importância histórica ou religiosa e aos refugiados.
Uma nova revolta civil dos palestinos contra a política administrativa e de ocupação israelense nos territórios ocupados inflama a região a partir de setembro de 2000. O conflito, que dura até o começo de 2005, deixa centenas de mortos em ambos os lados.
Seguindo proposta de Ariel Sharon, Israel deixa a Faixa de Gaza após mais de 40 anos de ocupação, retirando tropas e 8.000 colonos. Pouco depois, o Hamas passa a dominar o território. Centenas de foguetes caseiros são disparados rumo a Israel desde então, levando a política israelense ainda mais à direita e dificultando as perspectivas de paz.