Hunter Biden entrou no conselho da empresa de energia ucraniana Burisma Holdings para auxiliar nos contatos com organizações estrangeiras. A companhia foi fundada pelo empresário e ex-ministro do Meio Ambiente ucraniano Mikola Zlochevski em 2002. Hunter ficou na empresa até o início de 2019.
Em 2012, Zlochevsky passou a ser investigado por lavagem de dinheiro e sonegação de impostos. O empresário também foi acusado de ter usado sua posição como ministro do Meio Ambiente para conceder contratos lucrativos para a Burisma. Em fevereiro de 2015, Viktor Shokin foi nomeado procurador-geral da Ucrânia e assumiu as investigações contra Zlochevski.
Em 2016, membros da administração do governo de Barack Obama e de outras democracias europeias passaram a pedir a demissão de Viktor Shokin, acusado de encobrir casos de corrupção no país. Joe Biden foi encarregado pelo governo americano de fazer pressão e ameaçou bloquear empréstimos dos Estados Unidos à Ucrânia caso Shokin não deixasse o cargo. Após protestos populares, o procurador foi afastado. Após 10 meses, o caso contra Zlochevski foi fechado.
Marie Yovanovitch foi demitida do cargo de embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia por Donald Trump. Segundo a imprensa americana, aliados do presidente reclamaram que ela estava obstruindo os esforços para persuadir Kiev a investigar Joe Biden. Em depoimento no inquérito de impeachment da Câmara, a diplomata disse que suspeita dos mesmos motivos.
Em uma conversa telefônica, Trump pressionou Vladimir Zelensky a investigar o que considera ações ilegais de Joe Biden na Ucrânia. Na conversa, pede que as autoridades ucranianas trabalhem ao lado do secretário de Justiça americano, William Barr, e de seu advogado pessoal Rudy Giuliani para averigar o caso. Zelensky responde de forma positiva aos pedidos de Trump.
Rudy Giuliani se encontrou com um assessor de Vladimir Zelensky em Madri para acentuar a pressão de Donald Trump. O advogado também realizou diversas chamadas telefônicas com membros do governo ucraniano para dar continuidade à investigação.
A denúncia sobre a tentativa de pressão exercida por Trump sobre a Ucrânia foi compilada em nove páginas por um funcionário anônimo que atua na inteligência americana. O documento foi encaminhado para o diretor de Inteligência Nacional (DNI) e, posteriormente, para o Congresso. O delator afirma que a Casa Branca agiu para esconder o conteúdo da comprometedora conversa entre Trump e Zelenski.
Em uma troca de mensagens, os diplomatas americanos Kurt Volker, William Taylor e Gordon Sondland deixam claro ao governo ucraniano que uma possível melhora nas relações entre Kiev e Washington iria depender da cooperação de Zelensky na busca por informações sobre Joe e Hunter Biden. Posteriormente, a Casa Branca admitiu que Trump insistiu que a Ucrânia prosseguisse com uma investigação sobre uma suposta “corrupção dos democratas”, que teriam aceitado a ajuda ucraniana nas eleições de 2016. Em troca, liberaria o envio de 250 milhões de dólares em ajuda militar prometidos anteriormente à Ucrânia para reforçar a defesa contra a Rússia.
Após as revelações, a democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados, abriu um processo de impeachment contra Trump por abuso de poder. Desde então, os Comitês da Casa vem convocando os diplomatas e funcionários da inteligência americana envolvidos no caso para prestar depoimento.
A pressão sobre Trump aumentou depois que um segundo delator se apresentou e afirmou ter mais evidências da pressão do republicano sobre a Ucrânia. O novo personagem também é um agente de inteligência.