Após uma experiência como número 2 na sucursal de Tóquio da revista Time, Roberto Civita (1936-2013) retorna ao Brasil com o objetivo de fundar uma revista semanal de informações. A primeira edição de VEJA destacava na capa a reportagem sobre a crise da União Soviética após a invasão russa na antiga Checoslováquia. A edição inaugural foi um sucesso e vendeu quase 650 000 exemplares.
Poucos dias após a decretação do AI-5, que determinava o fechamento da Câmara e do Senado por tempo indeterminado, VEJA trouxe na capa uma foto do então presidente Arthur da Costa e Silva sentado sozinho no Congresso, imagem que simbolizava perfeitamente o momento pelo qual o país atravessava. Irritados com a reportagem, os militares mandaram apreender todos os exemplares da revista.
O dramaturgo Nelson Rodrigues foi o primeiro personagem da seção Entrevista, que logo ficou conhecida como "páginas amarelas" devido à cor do papel utilizado. Tensão na estreia: o gravador no qual o jornalista Luís Fernando Mercadante tentou registrar a entrevista não funcionou. O repórter teve de reproduzir a conversa de memória. O resultado foi elogiado pelo escritor.
Ao não respeitar determinações do regime militar, que proibiam a citação de determinados temas e personagens, VEJA passou a ser ainda mais vigiada: todas as reportagens deveriam ser enviadas a um censor. Para explicitar o caso aos leitores, a revista começou a publicar gravuras de anjos e demônios no lugar de fotos e textos vetados. Durante todo o período em que viveu sob censura, que durou até 3 de junho de 1976, a publicação teve 10 352 linhas cortadas, além de sessenta reportagens, 44 fotografias e vinte ilustrações proibidas na íntegra, sem contar as edições que foram recolhidas por completo após a publicação.
Desde 1983, os exemplares de VEJA distribuídos na capital paulista traziam um caderno encartado com a programação cultural da cidade. Dois anos depois, Roberto Civita teve a ideia de separar as revistas e as redações. Batizou a nova publicação de VEJA São Paulo, que passou a ser conhecida como "Vejinha" e continuou a ser distribuída gratuitamente junto com a "Vejona". A ideia foi repetida mais tarde em outras cidades.
Com a capa "A Semana que mudou o Brasil", VEJA dedicou 43 páginas ao novo plano econômico do então presidente José Sarney. A edição, que trazia também o caderno extra "Guia do Cruzado", marcou um novo recorde de tiragem da revista. "Subimos um novo e ainda mais ambicioso patamar: a tiragem é de 1 020 000 exemplares, superando pela primeira vez a grande barreira do milhão e estabelecendo uma marca destinada a tornar-se histórica na imprensa brasileira", escreveu Victor Civita, fundador da Abril, na Carta ao Leitor.
Em meados do seu mandato, o então presidente Fernando Collor de Mello foi envolvido num escândalo de corrupção relacionado ao tesoureiro da sua campanha presidencial, Paulo César Farias, o PC. Em entrevista a VEJA, Pedro Collor, irmão do mandatário, revelou detalhes do esquema, mas se arrependeu pouco depois, com receio de ser preso em razão da gravidade das acusações. Seus advogados entraram com uma ação cautelar de busca e apreensão das fitas, o que poderia inviabilizar a publicação. Pedro, no entanto, foi convencido de que poderia ser desmoralizado e retirou a ação. A edição com o título “Pedro Collor conta tudo” deu origem a uma série de outras capas e reportagens exclusivas. O presidente enfrentou um processo de impeachment e renunciou no fim daquele ano.
VEJA passou a reproduzir a edição da semana na íntegra em seu recém-lançado site a partir de junho de 1997. No ano 2000, com a cobertura da Olimpíada de Sydney, na Austrália, a página começa a disponibilizar notícias em tempo real.
No dia 10 de janeiro de 2016, o mundo perdeu um dos maiores nomes da música e da moda: David Bowie. Para ressaltar a versatilidade do cantor e compositor inglês, VEJA publicou número recorde de capas: doze. Em cada uma delas o artista foi apresentado com um visual.
Com forte presença nas plataformas digitais, VEJA tem público crescente ano a ano. Em setembro de 2017, ultrapassou pela primeira vez a marca de 30 milhões de visitantes mensais. Outro recorde foi batido em abril de 2018, mês da prisão do ex-presidente Lula: 30,2 milhões de leitores. Nas redes sociais, os números do título são expressivos mesmo para parâmetros internacionais. Mais de 7,2 milhões de pessoas curtem a página de VEJA no Facebook, cerca de 1 milhão a mais do que registra a página do jornal Washington Post, por exemplo.
"Estou pronta para morrer" se tornou a reportagem em vídeo mais vista da história de VEJA ao retratar a história da professora gaúcha Ana Beatriz Cerisara, que interrompeu tratamentos de um câncer terminal para evitar sofrimento em seus meses finais. Publicada em 15 de dezembro de 2017, registrou mais de 9,6 milhões de visualizações em um único post do Facebook (e 10,7 milhões no total). Meses depois, ela recebeu a reportagem da revista para um novo vídeo, que só seria divulgado após sua morte - e assim foi feito, em 29 de março de 2018.
Abaixo, as duas reportagens: