A mente tem muita influência sobre a saúde do corpo. Esse conceito, conhecido na Grécia antiga e compartilhado pelos chineses e pelos romanos, ganhou forma definitiva com o filósofo e médico árabe. Suas obras se tornaram referência para as universidades europeias de medicina por 600 anos. Em uma delas, conhecida como Cânone da Medicina, ele explica a diferença entre o estado de sono e o transe hipnótico, que ele chama em árabe de “al-Wahm al-Amil”.
A expressão “mesmerismo” faz referência ao pesquisador alemão que descreveu o transe e chegou a usá-lo para tratar uma paciente, Francisca Österlin. Mas ele caiu em descrédito por falhar em usar a técnica para curar um caso de cegueira. Morreu com a fama de charlatão.
O escocês melhorou a teoria de Franz Mesmer e, em 1843, batizou a técnica em homenagem a Hypnos, o deus do sono. Sabe-se hoje que a hipnose não tem nenhum paralelo com o estado de sono.
Na década de 1840, o médico escocês James Esdaile realizou mais de 300 cirurgias na Índia usando o “sono mesmérico” como única anestesia.
As pesquisas de Braid estimularam pesquisadores como Sigmund Freud e Ivan Pavlov a usá-la como apoio para terapia. Freud foi usuário da técnica, até trocá-la pela livre associação de ideias da psicanálise.
Comediante americano, lançou, em 1864, o livro Hipnoterapia, que ensinava a hipnose em três minutos e serviu de base para os métodos utilizados hoje pela medicina.
Nos anos 1960, a técnica ganharia fama e reconhecimento pelas mãos do psicólogo americano Milton Erickson. Marcado pela poliomielite, ele deu mais liberdade aos pacientes e criou a hipnose moderna.
Junto com Pierre Ranville, provou que o processo funcionava, com um estudo realizado em 1997. Suas experiências demonstraram que a hipnose é uma simulação da realidade, que acontece quando estimulamos estados profundos da mente.